Objetivando determinar ácidos orgânicos na rizosfera do cafeeiro (Coffea arábica), foram
coletadas amostras de rizosfera em lavoura da Fazenda Experimental da EPAMIG (Lavras-MG). Após adaptação da metodologia, as amostras foram submetidas à extração e os ácidos orgânicos de baixo peso molecular determinados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). O método de extração utilizado detectou, nas amostras analisadas, os ácidos cítrico, oxálico, acético, butírico e propiônico, sendo que os ácidos oxálico, acético e cítrico foram encontrados em maiores quantidades em relação aos demais.
Extração de ácidos orgânicos no solo: A extração foi feita de acordo com a metodologia proposta por Bazimarakenga et al.,(1995), com algumas modificações: Amostras de solo: Foram utilizadas amostras de rizosfera de plantas de cafeeiro (Coffea arabica) das cultivares Mundo Novo, Icatu Amarelo e Catuai Vermelho. A lavoura foi implantada há aproximadamente 4 anos, na Fazenda Experimental da EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) em Lavras-MG, em um Podzólico Vermelho Amarelo distrófico, textura argilosa, 2,5% de matéria orgânica. Amostras da rizosfera (solo aderido à raiz) foram coletadas, para avaliar a concentração de ácidos orgânicos exsudados pelas raízes. A primeira etapa do processo consiste em separar a raíz do solo, isso é feito agitando-se levemente a raiz, de modo que reste apenas uma pequena quantidade de solo aderida. Recomenda-se que a profundidade máxima de coleta de raízes deve ser de 15cm. Extração: A combinação raiz + solo (50 g), obtida pelo procedimento descrito anteriormente foi colocada em erlenmayers, sendo adicionados 50mL de água destilada e esse material agitado no escuro por 12h. Em seguida, o sobrenadante da mistura foi centrifugado a 10000rpm por 20min, filtrado em papel filtro tipo Whatman 42. Os ácidos orgânicos foram extraídos com 10ml de acetato de etila, adicionado ao extrato e aquecido em chapa a 45 oC até o ponto de parcial secura, sendo então redissolvido em 1mL de água destilada. Os ácidos orgânicos foram identificados e quantificados por HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência) nas seguintes condições: coluna C-18, injeção: 20mL, UV a 230nm, fluxo: 1mL/min e fase móvel: água com 1% de ácido fosfórico. Os picos correspondentes a cada ácido foram identificados pelo tempo de retenção, utilizando-se como comparação os tempos de retenção dos padrões. A concentração obtida foi expressa em mg kg–1 de ácido na rizosfera.
O cromatograma (Figura 1) mostrou picos de resolução relativamente baixa na separação de ácidos orgânicos, sendo que os ácidos avaliados foram identificados num tempo total de análise de 10min. Os tempos de retenção dos ácidos são mostrados na tabela 1. A cromatografia líquida de alta eficiência tem sido usada frequentemente para determinação de ácidos orgânicos de baixo peso molecular coletados em solução nutritiva, ou extraídos do solo. Entretanto, acredita-se que pode haver uma interferência de compostos orgânicos e inorgânicos, quando é usada a faixa de detecção próxima de 210nm, o que prejudica a definição dos picos (Blake et al., 1987). Ácidos como o lático, propiônico, butírico, são suficientemente bem separados usando HPLC. Já outros como cítrico, málico e oxálico não tem picos tão bem definidos (Szmigielska et al.,1997). Esses autores relatam que o tempo necessário para definição dos picos, calibração do aparelho e separação dos ácidos dificulta a utilização do HPLC para análises de rotina.
O método de extração utilizado foi eficiente na extração de ácidos orgânicos, com precisão para diferenciar o potencial de exsudação de ácidos orgânicos na rizosfera de cafeeiro, representando um instrumento com potencial de utilização em programas de melhoramento de plantas. Esse potencial resultaria na obtenção de genótipos com maior eficiência nutricional quando cultivados em solos distróficos.
Fonte:http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/10820/321/155537_Art365f.pdf?sequence=1/ BAZIMARAKENGA,B.;SIMARD,R.R. e LEUROX, G.D. Determination of organic acids in soil extracts
by ion chromatography. Soil Biology and Biochemistry,v.27,p.349-356.1995.
Postado por Luma Mendes